domingo, 10 de abril de 2011

Professor: Ser ou não Ser?

Esta postagem será direcionada aos professores e aos aspirantes à professores.

    Certamente existem centenas de professores que se posicionam, ou pelo menos deveriam se posicionar sobre o tema. Porém, o que muitas vezes torna-se difícil de entender é que muitos - talvez a maioria - furtem-se dessa discussão imprescindível no universo do magistério: Por que sou professor? É isso que gosto de fazer? Estou na profissão por acidente? Ensino apenas porque não tenho algo melhor para fazer?
    Se tuas respostas foram positivas às questões acima, meu caro colega, sinto informa-lhe que há uma grande chance de você está trilhando o caminho errado. E nesse aspecto, não apenas você, mas, aqueles que estão sob o seu comando correm sérios riscos. Riscos? Sim! Riscos. Mais adiante explico o porquê.
    Não é preciso ir longe, aí mesmo, onde você está agora, pare e reflita sobre sua conduta na sala de aula. Você vai dormir já pensando em ter que levantar no outro dia para ir aquele "inferno"? No caminho já vai planejando: - Se aquelas "pestes" daqueles alunos me fizerem um tantinho eles vão ver só? Mal entra na sala já esperando a hora dos 20 min de intervalo? Os alunos não prestam atenção na sua aula e você logo diz: "Vocês não querem nada com a vida!"?
     Ehhh companheiro(a) você está em apuros. É possível obter um breve diagnóstico de que precisamos mudar a partir das indagações acima citadas e outros resmungões que geralmente fazemos quando não estamos felizes com o que fazemos como: O governo deveria dar um aumento! Vamos fazer uma greve para reajuste salarial! Isso é uma vergonha, um professor receber o que eu recebo! Esse salário é uma miséria! Ou então: Não vou me matar de trabalhar, só os donos dessa escola é quem estão lucrando! Não há nada que se aproveite aqui! Estudei tanto para ficar nessa?!
      Você não precisa "ficar nessa!". Meu caro(a), ficar nessa ou naquela é uma questão de escolha, você só chegou aonde está por causa de suas escolhas, e não por obra do destino, falta de sorte ou opção como muitos costumam dizer. Você escolheu o curso da faculdade. Você escolheu a escola onde trabalhar. Você escolheu as turmas para ensinar. Você escolheu ser explorado(a). Você escolheu não dar o melhor de si. Você escolheu seu salário. E por fim, você escolheu ser o que é. 
     Então, como você pode culpar o outros por suas escolhas. Por isso eu disse que você corre sérios riscos. O primeiro e mais evidente em todas as pessoas é o risco de morrer e não ter se sentido realizado, de não ser feliz em fim. O segundo é o risco de ser um professor sempre pobre ou no máximo de classe média, atolado em dívidas. E o último e o de prejudicar os sonhos dos seus alunos.
     Eu imagino se um médico na hora de ralizar um procedimento cirúrgico ele resolve lembrar de que não está sendo bem remunerado pela função de extrema importância que ele desenvolve naquele momento tão crucial, e vai embora da sala de cirurgia. Se os Ministros do Supremo resolvem "dar notas" apenas para aqueles que parecem ser bem comportados (todo professor sabe do que estou falando). Ou se o bombeiro deixa de realizar um resgate porque não dispõem de todos os equipamentos que ele julga necessário para aquele momento de vida ou morte.
     Pare de se lastimar como se você fosse a pessoa mais injustiçada da face da Terra. Pare se sentir um coitadinho. Pare de ficar com a "boca escancarada cheia de dentes esperando" uma decisão do ministro, presidente, prefeito ou diretor de reajustar o seu salário para aquilo que você almeja receber. Pare de ficar assistindo novelas. Assine uma revista na sua área. Leia os jornais. Compre livros. Participe de congressos. Discuta em fóruns. Atualize-se. Se não conseguir ser o melhor de todos na sua área, pelo menos seja o melhor de si. Afaste de si os professores reclamões, eles só atraem influências negativas.
     Não reclame, discuta. Não arranje, planeje. Não devanei, escreva um objetivo claro e trace um plano de ação. Se VOCÊ não tomar uma atitude, niguém tomará por você. Então: Aja!


Cordialmente,
Mamede
Prof. de Geografia

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