segunda-feira, 11 de abril de 2011

Lula Lá! E Dilma...?

     Após décadas de dinastias burguesas o Brasil pode, em fim, ter sob seu comando um chefe de Estado que não adveio das elites, mas, da classe proletária. É claro que não se deu da noite para o dia, contudo, aconteceu: Lula finalmente chegou "Lá". Em 2002 vence o tucano José Serra, e em 2003 assume o posto mais alto do poder executivo. Tudo parecia um sonho: - "Um igual a nós. Que lutou contra a fome e a miséria fugindo para o sudeste em um Pau de Arara." - diziam as classes mais baixas.
     Lula chegou "Lá", porém, vencer as eleições contra os tucanos e contra a Rede Globo foram apenas minúsculos passos que "o presidente do povo" deu. O trabalho de verdade ainda estava por vir. Não é preciso um grande esforço para lembrar algumas das situações em que encontrava-se o Brasil que Lula havia herdado, não apenas de FHC (Fernando Henrique Cardoso) mas, de uma orda de gerações de políticos que construíram uma política puramente umbilical - não seria exagero dizer uma política Feudal - centrada unicamente em interesses burgueses.
      Certamente o maior legado de FHC foi o Plano Real - quando ainda Ministro da Fazenda no governo de Itamar Franco - juntamente com sua política econômica. Talvez também tenha sido o único baluarte do início ao fim do governo FHC. Porém, todo evento tem o seu tempo de exploração mediático, e a sociedade brasileira mostrou - no início de modo ténue - que se os tucanos não desengavetassem com urgência uma nova bandeira que justificasse a continuidade da politica da extrema direita, as eleições para os sócio-democratas seriam um natimorto.
     De algum modo o medo de um operário subversivo que tornaria o Brasil em um estado comunista (o que não seria na mau), foi sendo aos poucos substituído por um sentimento de renovação, de experimentar algo diferente, afinal, como muitos diziam: O que poderia ficar pior? Em grande parte a sociedade tinha razão, o Brasil estava em recessão econômica, o salário mínimo tinha um dos piores poderes de compra do Mundo (ainda precisamos melhorar nesse sentido), o Real, que era a moeda forte do Brasil, fazendo frente com o dólar nos seus primeiros anos, foi totalmente desvalorizado em 1999, as reservas internacionais do Brasil... Que reservas?! O Brasil não as possuía, logo, com era de costume desde o período colonial, mais uma vez estava láaaaa, pedindo dinheiro ao FMI, uma verba que não tinha outro propósito a não ser arrefecer a alta pujante do dólar e satisfazer os interesses do banqueiros internacionais. Uma velha tática para acalmar o tal mercado financeiro. Os índices sociais eram os piores possíveis, igualando-se em muitas taxas, aos de países africanos e da América Central.
     Em linhas beeeem gerais, está traçado o quadro que Luiz Inácio Lula da Silva teria que enfrentar. Meses após assumir o comando do Palácio da Alvorada, Lula começa a enfrentar seus primeiros revezes políticos. Sem dúvida, um dos que mais marcou o seu governo foi o desmantelamento da sua equipe política de maior poder no governo, liderada por José Dirceu, Antônio Palocci e Luiz Guchiquem, os mosqueteiros de Lula, os quais, não resistiram os deleites de Sodoma e Gomorra, e logo caíram, e como em um trio elétrico, arrastaram uma multidão.
     Porém Lula resistiu firme a todas as denúnias, protestos, acusações, traições, tendo que, como ele mesmo disse: "cortar na própria carne". Alguns menos avisados, e outros muito bem informados lideraram um profusão de manifestos por todo o Brasil, aqueles completamente influenciados pela militância aparelhada das direitas inconformadas com o fato de um partido de esquerda ter assumido o comando da nação. 
     A diferença entre Lula e os outros, foi o modo de governo, pois, mesmo sendo satirizado pelas charges de Chico Caruso, e muitos dos pífeis comentários de Arnaldo Jabor nos telejornais da Globo, porque ele não sabe falar inglês, comete muitíssimas gafes, faz analogias não acadêmicas e cursou apenas o antigo 2º grau; ele mais do que governou, ele liderou.
    A sua liderança foi traduzida nos inúmeros projetos aprovados, nos avanços dos programas sociais , diminuindo um problema que nos é vergonhoso: a fome! Pois estamos entre os maiores produtores de grãos do Mundo, pois somos o maior produtor de carne, pois temos os mais ricos recursos hídricos do Mundo... Muitos criticaram, e criticam, ótimo, elas ajudam a melhorar, contudo, ele foi o único capaz de levar a frente as ideias de projetos e não furtar-se às críticas. Só não recebe críticas quem está em estado de letargia. A sua liderança foi confirmada como o presidente com maior aceitação da História do Brasil. Certamente Maquiavel e Sun Tzu o aplaudiriam de pé. A sua liderança confirmou-se com a reeleição em 2006. Por fim, a sua liderança confirmou-se com a eleição de um sucessor, ou melhor, de uma sucessora.
     E a Dilma? O que será? Muitos a questionam, dizendo que ela não conseguirá continuar o projeto do Brasil da Revolução Lula. Esquecem que ela, de longe, foi uma peça fundamental no governo Lula, eleita pela revista Forbes como uma das personagens mais influentes do Mundo. 
     Ainda é cedo para se dar um prognóstico, porém, certamente que o povo brasileiro vive em um país diferente, em um país que mesmo muito distante, exerga um novo horizonte.




Cordialmente,
Mamede.
    

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